domingo, 11 de março de 2012

Aspectos Demográficos

 A população do país representa o potencial de consumidores, por isso a importância do estudo dos aspectos demográficos quando se fala em economia.
Através do estudo demográfico, pode-se identificar a população economicamente ativa, que representam os potenciais trabalhadores/ produtores do país. As alterações na composição etária ou na distribuição regional da população, são importantes implicações sobre o país, pois direcionam parte de suas preocupações.

Os Censos realizados no Brasil desde 1872 é a forma que temos acesso a esses dados.

Apesar de o Brasil ainda passar por fase de grande expansão populacional, verifica-se atualmente, forte tendência de queda do ritmo de crescimento.
Taxa de crescimento populacional = Taxa de natalidade - Taxa de mortalidade + Taxa de migração

Elementos que afetam os fatores de crescimento populacional:

Taxa de mortalidade (vem diminuindo em todo o mundo)
- Desenvolvimento da medicina e saúde pública.
- Condições socioeconômicas que afetam a nutrição, a habitação e a educação da população.
- Regras sanitárias, legislação trabalhista, etc.
- Aspectos culturais que influem a alimentação, educação, etc.

Taxa de Natalidade (vem diminuindo)
- Condições socioculturais (religião, valores morais e filosóficos, relações familiares, etc)
- Aspectos econômicos
- Aspectos Informacionais (conhecimento de métodos contraceptivos).

Taxa de Migração
- Militares, culturais e socioeconômicos.
- Oportunidades de melhores condições de vida.

Até a década 30, grande parte do crescimento populacional se dá pela migração de italianos e portugueses. O crescimento vegetativo (diferença entre nascimentos e óbitos) é responsável pelo restante do crescimento.
Depois da década de 30 as migrações continuaram existindo, porém não afetam a população total. A partir apenas o crescimento vegetativos é responsável pelo aumento da população do país.
Até a década de 40 a mortalidade era grande, assim como a Natalidade. A partir daí, houve um declínio no número de mortes devido principalmente aos progressos na saúde pública (controle de doenças epidêmicas); melhorias relativas ao saneamento básico e aspectos educacionais (cuidados das mães com os recém nascidos). Com isso, há também um aumento na expectativa de vida da população que passa de na década de 40 ser de +/- 42 anos para em 2005 ser de 71,9 anos.
A queda de mortalidade não foi acompanhada por queda na taxa de natalidade, ocorrendo elevação na taxa de crescimento populacional nas décadas de 40 e 50, sendo na década de 60, por volta de 3%a.a. que ainda era muito elevada. Neste momento, haviam receios de uma possível explosão demográfica.
A partir dos anos 60 houve grande queda na taxa de natalidade, fazendo com que o crescimento populacional  reduzisse drasticamente.
Alguns motivos para a queda na taxa de natalidade são: a entrada da mulher no mercado de trabalho e a grande proliferação de métodos contraceptivos.
Um fator que chama atenção é o fato da população feminino ter crescido nas últimas décadas. Motivos:
- elevada mortalidade da população masculina (jovens em grandes centros urbanos por razões externas ou violentas).
- maior esperança de vida entre homens e mulheres (em média, as mulheres vivem aproximadamente 7 anos a mais que os homens).
A Estrutura etária do país também mudou. O que se identifica com o passar dos anos, é o processo de envelhecimento da população. Antes da diminuição da fecundidade, o país era considerado um país jovem com 30% da população composta por pessoas com menos de 10 anos em 1960 e apenas 1,3% da população tinha mais de 70 anos.
Já em 2000, 19% da população tinha menos de 10 anos e 3,5% mais de 70.
A razão de dependência que é a relação entre os dependentes e a população em idade ativa, sendo dependentes a soma da população com menos de 15 anos e mais de 65 anos, e população em idade ativa os residentes entre 15 e 65 anos de idade. A perspectiva é que a taxa alcance 45% em 2020. Isso abre boas possibilidades para a melhora na qualidade das políticas públicas do país.
A Transição demográfica também mudou bastante. As variações na distribuição populacional deve-se em parte as taxas de natalidade e mortalidade, como também às migrações que ocorrem dentro do país. O fluxo migratório que caracterizou a economia brasileira no século XX foi o chamado êxodo rural (saída das pessoas do campo para as cidades).
Entre 1950 e 1990 estimasse que cerce de 40 milhões de pessoas saíram da área rural e foram para as cidades.
O que se vê viu durante a industrialização do país foi o crescimento desmensurado das principais cidades do sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro).
Há também a migração para as fronteiras agrícolas que são regiões onde novas terras são incorporadas à produção agropecuária, porém esta migração é inferior devido a quantidade de pessoas envolvidas.

A urbanização ocorre, por conta do tipo de migração interna. Até o final da década de 70 a urbanização do país fez-se sobre grandes metrópoles.
A urbanização tem diminuído por conta da desaceleração da concentração populacional nos grandes centros.
A tendência é de urbanização da economia, porém com menor intensidade e possivelmente com menor concentração nas grandes regiões metropolitanas.

QUESTÕES
1. Relacione os aspectos populacionais com alguns aspectos econômicos.
Com a industrialização, grande parte da população rural, migrou para as grandes cidades, fazendo com que a produção industrial aumentasse. Os investimentos econômicos tendem a mudar, devido a estrutura etária da população ter mudando, trazendo outras preocupações, tais como taxas de desemprego e sistema previdenciário.

2. Que aspectos influem no crescimento da população de um país?
Os aspectos que influenciam são a taxa de mortalidade, natalidade e migração.
Aumento da expectativa de vida e diminuição na taxa de mortalidade (avanços na medicina, melhorias na saúde publica e cultura) influenciam no crescimento da população.

3. Hoje a população brasileira é aberta ou fechada?
Hoje a população brasileira é fechada, pois depende do crescimento vegetativo para seu aumento.

4. Descreva o processo de transição demográfica brasileiro.
A partir dos anos 40 ocorre a transição demográfica que foi quando há uma queda brusca na taxa de mortalidade, porém as taxas de natalidade se mantém elevadas tendo assim um elevado crescimento na taxa populacional. Isto ocorre devido ao aumento da perspectiva de vida e progressos na saúde públicas, saneamento básico e educacionais (anticoncepcionais) A partir dos anos 60 há um declínio na taxa de natalidade devido a entrada das mulheres no mercado de trabalho e proliferação dos métodos anticoncepcionais.
Isto deu-se em meio século (que é considerado rápido, quando comparado a outros países).

5. Como se comportou nas últimas décadas a população brasileira em termos localizacionais?
Devido o processo de industrialização da economia, ocorreu o exodo rural, que foi a migração de grande parte da população rural para a região Centro-sul do país, havendo então o crescimento desmensurado das principais cidades do Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) Na decada de 80 houve diminuição da migração devido a crise do setor industrial. Outro movimento importante foi o das fronteiras agrícolas que ocorreu a partir da década de 70 com incorporação de novas terras para cultivo implicando em necessidade de mão de obra. Esta movimento é menor em termos de quantidade de pessoas envolvidas.

"O Brasil é um país Jovem"
Hoje o Brasil não pode mais ser considerado um país jovem, devido ao aumento da perspectiva de vida e diminuição da taxa de natalidade.

Capítulo 1 - Aspectos demográficos
RESUMO
GREMAUD, A.P., Vasconcelos, M.A.S., JÚNIOR, R.T. Economia Brasileira Contemporânea, ED. ATLAS, 2011

Panorama descritivo da Economia Brasileira e Conceitos Básicos

A fisionomia do País ao longo do último século é substancialmente diferente daquela de seu início.

A economia cresceu e a população também, multiplicou-se quase 10 vezes. Neste período teve crescimento populacional de 2,28%a.a. em média, enquanto a taxa de crescimento mundial foi de 1,36%.

A produção e a a geração de renda também sofreram forte expansão, foram mais de 1.200% de expansão, ou seja, produziu-se no Brasil em 2000 mais de doze vezes o que se produzia em 1950.
Neste período (entre 1950 e 2000) a taxa foi:
Taxa de crescimento econômico Brasil - 5,2% a.a.
Taxa de crescimento econômico Mundial - 4,7% a.a.

Apesar do forte crescimento, a economia brasileira ainda deixa a desejar em termos de desenvolvimento comparada a países com dimensões territoriais ou população semelhantes.

O Brasil passou por uma transformação estrutural, alterando substancialmente tanto sua base produtiva quanto as condições de vida da população.
Até aproximadamente a década de 30, o país era considerado um país agroexportador. A partir de meados do século XX, reverte-se este "modelo" econômico por meio da chamada industrialização por substituição de importações. Consequentemente houve também uma forte urbanização do país.
Em 1940 cerca de 2/3 da população vivia na área rural, atualmente menos de 20%.

Participação no PIB brasileiro (média)

                      Agropecuária         Indústria
Década de 50 -   25%                     25%
Década de 90 -   10%                     35%

A diminuição da participação do setor agrícola, não quer dizer que ele não seja importante, pois grande parte dos produtos industrializados ou semi-industrializados tem sua origem na agricultura, por exemplo o suco de Laranja.

Outros fatores devem ser avaliados quando se fala da economia, tais como questões demográficas, contabilidade nacional para definir o produto e o crescimento econômico e também os problemas macroeconômicos fundamentais: desemprego e inflação.

Este é o resumo da Introdução do Livro Economia Brasileira Contemporânea.

GREMAUD, A.P., Vasconcelos, M.A.S., JÚNIOR, R.T. Economia Brasileira Contemporânea, ED. ATLAS, 2011