A
história do varejo no Brasil está, intimamente, ligada com o modelo de
colonização de nosso país. No inicio
de nossa constituição como nação, especificamente por nossa condição de colônia
, tínhamos como bases da nossa economia o uso de Índios como mão de obra para a
realização de serviços cujo o pagamento se
fazia pela troca de quinquilharias como espelhos e outros objetos. A
comercialização de escravos , açúcar e seus
manufaturados, além
de pedras preciosas destinadas aos cofres da corte portuguesa ,
representavam a realidade da época.
Praticamente
tudo que era produzido era voltado para atender as demandas de fora.Boa
parte do que se fazia para se ganhar dinheiro estava voltado para sair do Brasil e suprir a Europa, com clara prioridade para Portugal.
A
busca pelo atendimento das necessidades no Velho Mundo, provocaram o movimento
que se voltou para a formação de vilarejos de passagem mais no interior do
país. Nestes vilarejos começam a surgir pequenos
comerciantes que atendem os viajantes que por ali passam rumo ao
litoral.
O interior começa a
ganhar força quando são desbravadas áreas
e descoberto ouro e pedras preciosas em Minas Gerais. Muitos começam a se estabelecer nestas
regiões a ponto de estimularem a criação de novos comércios, não só para os que
ali estão de passagem, mas para o que já iniciam o povoamento daquelas
localidades.
Os
costumes da Corte aportam no Brasil e se multiplicam pelos habitantes. As
necessidades da família Real fomentam a concentração de esforços comerciais e
prestadores de serviços em cidades como Rio de Janeiro. Os portos ganham mais
incrementos comerciais para o atendimento das necessidades. Produtos antes só
presentes em Portugal começam a ser ofertados em nosso País.
O Brasil passa no
transcorrer do século XIX por etapas relevantes de sua história. A proibição do tráfico de escravos muda
radicalmente e a condição do Brasil não ser mais uma colônia geram cenários
antes jamais vistos pela economia do país. As importações intensificam-se, o
papel de mão de obra assalariada e imigrante criam grandes oportunidades,
trabalho duro e, mesmo com dificuldades, impulso para o desenvolvimento. O café
passa a representar um importante item para exportação que gera dividendos
canalizados, posteriormente, como
investimentos na
industria, no setor financeiro e uma
certa infraestrutura.
O aparecimento de uma modalidade de
Varejo: as Feiras Livres
Cidades resultam de
desenvolvimento. O processo de industrialização trouxe o que chamamos de
urbano. No entanto, o abastecimento para a manutenção, sobrevivência e
crescimento das cidades exigem infraestrutura. Uma complexa equação a se
fechar, principalmente quando não existe planejamento. As feiras representaram
e ainda representam uma ponte entre o campo e a mesa do cidadão. Conseguem
manter o frescor e a vida natural em verdadeiros espetáculos de venda e
atendimento ao qual o mais agitado dos habitantes dos grandes centros não
consegue deixar de se render
O
papel das feiras tornou-se verdadeiramente importante a partir da chamada
revolução comercial, ou seja, do século XI. Daí em diante, seu
número foi sempre aumentando até o século XIII." (Enciclopédia
Luso-Brasileira - 1995, Vol. 8 pg. 502)
Os Mercadões e os Armazéns de Secos e
Molhados
Outras alternativas
para suprir as necessidades de compras de itens para o dia a dia eram os
mercados que começaram a se formar, ainda não no formato que conhecemos. Mas
eram estabelecimentos em que um grande sortimento de mercadorias eram
disponibilizadas para atender a população. Tipo Ceagesp ou
Mercado Municipal (sem a sofisticação de hoje).
Você já deve ter
ouvido falar nos famosos Armazéns de Secos e Molhados que consistiam Os
armazéns tipo secos & molhados (s&m)
são típicos comércios do século XIX que vendiam
desde grãos in natura e
a granel ou azeito “por litro” até utensílios de uso doméstico e de trabalho na
lavoura e a grande maioria dos seus produtos eram de origem artesanal. A partir
da segunda metade do século XX esta
configuração comercial passou a ser substituída por lojas especializadas em
produtos e/ou substituídos pelo comércio de produtos industrializados nas
chamadas mercearias ou supermercados. Ainda é possível encontrar s&m no interior do país,
porém, é raríssimo nos grandes centros urbanos.
Primeiros Grandes Varejistas
PERNAMBUCANAS
Quando Herman Theodor Lundgren, o sueco radicado no
Recife, adquiriu uma fábrica de tecidos localizada em um pequeno povoado no
litoral do Estado de Pernambuco, no início do século 20, talvez não imaginasse
que, anos depois, esse empreendimento prioritariamente atacadista se transformaria
na principal referência do comércio de varejo de todo o país.
MAPPIM
Lojas de Departamentos. Poderiam ser chamadas de precursoras dos Shopping Centers. A
diferença é que eram compostas por uma única e imensa loja, dividida em
departamentos com vasto sortimento de diferentes produtos: roupas, utensílios
domésticos e outros. Especificamente, abrimos um parênteses sobre as lojas
Mappin que durante anos representaram uma verdadeira referência do varejo na
cidade de São Paulo